Minas Gerais celebra o Dia da Mata Atlântica com entrega de viveiros florestais revitalizados

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Qua, 28 mai 2025
Revitalização dos viveiros de Barbacena e Conselheiro Lafaiete marca avanço nas ações de recuperação ambiental e reforça compromisso do estado com a Mata Atlântica

Foto: Robson Santos
 Revitalização dos viveiros florestais de Barbacena e Conselheiro Lafaiete
Revitalização dos viveiros florestais de Barbacena e Conselheiro Lafaiete

O Governo de Minas Gerais oficializou, nessa terça-feira (27/5), data em que se comemora o Dia da Mata Atlântica, a entrega das obras de revitalização dos viveiros florestais de Barbacena e Conselheiro Lafaiete. A cerimônia, realizada no Viveiro de Barbacena, reuniu autoridades estaduais, representantes de instituições parceiras e especialistas em meio ambiente.

A iniciativa, conduzida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) em parceria com a Vale, integra uma estratégia mais ampla do estado para a restauração ecológica da Mata Atlântica. Os viveiros, agora modernizados, terão capacidade de produzir cerca de 1 milhão de mudas nativas por ano, destinadas à recuperação de áreas degradadas em diversas regiões de Minas.

Durante o evento, também foram apresentados os avanços do Programa de Regularização Ambiental (PRA) Produzir Sustentável, em execução na Área de Proteção Ambiental (APA) Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto. O projeto, resultado de um Acordo de Cooperação Técnica entre IEF, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Casa Civil e a Vale, prevê investimento de R$ 41 milhões ao longo de oito anos.

“O processo de restauração começa na qualidade das mudas que vão transformar áreas degradadas em áreas florestais que visam segurança hídrica, climática e conservação da biodiversidade. Quando aportamos recursos na reestruturação dos viveiros, alavancamos a cadeia da restauração em sua base e reafirmamos nosso compromisso de transformar o futuro”, afirmou a diretora de Soluções Baseadas na Natureza da Vale, Patrícia Daros.

O diretor-geral do IEF, Breno Lasmar, destacou o impacto positivo da iniciativa para o estado. “Estamos em um momento importante para Minas Gerais. Com a revitalização desses viveiros, conseguimos promover a recuperação ambiental junto com a agricultura familiar e implementar efetivamente o Código Florestal em nosso território. Os dois viveiros terão capacidade para produção de aproximadamente 1 milhão de espécies nativas da Mata Atlântica”, ressaltou.

Infraestrutura modernizada e foco na educação ambiental

A revitalização dos viveiros envolveu não apenas a modernização das estruturas físicas, mas também a adoção de tecnologias digitais para o monitoramento dos projetos e a criação de espaços voltados à educação ambiental. As ações integram o esforço do estado em alinhar a produção rural à conservação da biodiversidade.

Além de contribuir diretamente com a recomposição de matas ciliares, nascentes e áreas de preservação permanente (APPs), os viveiros revitalizados também fortalecem a economia verde. A produção de mudas gera empregos, movimenta cadeias produtivas sustentáveis e promove a integração entre conservação ambiental e desenvolvimento econômico.

As mudas produzidas serão distribuídas gratuitamente a projetos de restauração ecológica em propriedades públicas e privadas, fortalecendo os programas estaduais de reflorestamento e contribuindo com a recuperação de áreas críticas para o equilíbrio climático e hídrico.

Com essa entrega simbólica no Dia da Mata Atlântica, Minas Gerais reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a preservação de um dos ecossistemas mais ricos e ameaçados do planeta.

Minas Gerais registra queda expressiva no desmatamento da Mata Atlântica

Dados recentes divulgados pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) apontam uma redução significativa no desmatamento da Mata Atlântica em Minas Gerais. Entre 2023 e 2024, a área suprimida caiu de 10.030 para 7.451 hectares — uma diminuição de 25%. Do total, apenas 420 hectares tinham autorização ambiental para supressão da vegetação.

O levantamento foi feito com base em imagens captadas pela constelação de satélites Planet, que oferece alta resolução espacial e permite identificar alterações em áreas com menos de um hectare.

A queda também foi confirmada por outro monitoramento independente: o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), mantido pela Fundação SOS Mata Atlântica. Segundo a entidade, a redução em Minas foi de 24,2%, percentual superior à média nacional, estimada em 14% no mesmo período.

Joana Nascimento

Ascom/Sisema