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Sisema ComCiência debate o uso da tecnologia na conservação de espécies ameaçadas

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Foto: Fabiano de Melo
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Pesquisadores acompanham sobrevoo de drone na Serra do Queixo D'Anta, divisa entre Minas e São Paulo; tecnologia é utilizada na prospecção de espécies ameaçadas

Dando continuidade ao projeto mensal de divulgação de trabalhos científicos ambientalmente relevantes para os mineiros, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) realizou, na última sexta-feira (16/4), a quinta edição do Sisema ComCiência. O evento remoto, transmitido ao vivo pelo canal Meio Ambiente Minas Gerais no Youtube, abordou o uso de tecnologias avançadas para a conservação da fauna ameaçada de extinção e contou com uma palestra do professor universitário Fabiano de Melo, que atua também como coordenador, no Brasil, do Primate Spacialist Group, entidade vinculada à União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).


Em sua apresentação, o pesquisador destacou a potencialidade do uso de drones no monitoramento e levantamento populacional de espécies ameaçadas e no desenvolvimento de estratégias de preservação da fauna. Melo apresentou o trabalho realizado pelo Programa de Conservação dos Muriquis de Minas, que utiliza drones híbridos acoplados com câmeras termais, além das câmeras tradicionais, para a catalogação e estudo de muriquis-do-norte, espécie de primata endêmica da Mata Atlântica, considerada pela IUCN uma das mais raras e ameaçadas do mundo.


O equipamento foi desenvolvido em 2017, especialmente para utilização no programa, em parceria com a empresa carioca Storm Group, responsável pela criação de drones para o Exército Brasileiro. Apelidada de Dronequi, a aeronave foi utilizada na identificação e contagem de muriquis-do-norte no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, localizado na Zona da Mata Mineira. A unidade de conservação é considerada um importante viveiro natural da espécie.

 

Foto: Programa de Conservação dos Muriquis de Minas
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O uso de drones acoplados com câmeras termais é uma das tecnologias utilizadas para o monitoramento de espécies em risco de extinção


De acordo com o professor, o uso de drones, aliado a outras tecnologias já existentes, como: armadilhas fotográficas, monitoramento acústico e transecto linear, que consiste na realização de trilhas para estimativa de espécies vegetais e animais, reduz consideravelmente os custos de pesquisa, além de ampliar a disponibilidade de objetos de análise no estudo de espécies ameaçadas de extinção.


“O uso de aeronaves tripuladas, como helicópteros, apesar de bastante produtivo do ponto de vista científico, tem custos muito elevados. Uma hora de sobrevoo de helicóptero custa cerca de R$ 8 mil e a aquisição chega à casa dos milhões. Com os drones, podemos catalogar grandes extensões territoriais e ainda utilizar o machine learning para, futuramente, desenvolver tecnologias capazes de fazer com que a catalogação e a contagem das espécies sejam realizadas em tempo real por softwares instalados nas próprias câmeras”, explica Melo.


Ainda durante a palestra, o professor citou também as pesquisas relacionadas ao DNA Ambiental, que faz uso de tecnologias biomoleculares não invasivas capazes de detectar a distribuição da fauna em um ecossistema específico. Por meio da coleta de amostras do solo e da água, a tecnologia permite a identificação precisa de grupos de espécies e estabelece recortes de dados com informações relacionadas ao manejo das espécies locais. A técnica já foi utilizada por pesquisadores brasileiros em áreas da Amazônia e também no Parque Nacional do Caparaó, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.


Ao final do evento, foram respondidos dúvidas e questionamentos específicos dos participantes, com mediação do analista ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) Alexandre Magrineli. A próxima edição do Sisema Conciência acontece em maio, sempre trazendo discussões científicas de alto nível sobre biodiversidade e sustentabilidade em Minas Gerais.  


Edwaldo Cabidelli
Ascom/Sisema

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