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Posse de Conselho busca gestão participativa da APA Sul

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Os 24 integrantes do Conselho Consultivo da Área de Preservação Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul RMBH), que tomaram posse na sexta-feira (28), para o biênio 2008/2009, inauguram uma nova etapa na gestão da área. O Conselho sofreu modificações para equilibrar a participação dos envolvidos e dar maior agilidade à gestão da área.

O gerente da APA Sul, Luís Roberto Bendia, explica que o número de cadeiras destinado às prefeituras aumentou de quatro para seis e os assentos foram distribuídos em função das três sub-bacias que existem na região: Velhas, Paraopeba e Piracicaba.  "Os treze municípios presentes na APA escolheram seus representantes", explica. Outras seis vagas são destinadas aos governos Estadual e Federal e doze para a sociedade civil.

Luís Roberto Bendia, observa que o trabalho do Conselho em 2008 começa com a meta de mapear os recursos naturais e físicos da APA Sul. Isso será feito com a aprovação do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), recentemente finalizado pela Seretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), ou com a realização de um estudo específico para a área. A primeira reunião está agendada para o dia 07 de abril de 2008.

Patrimônio natural

A APA Sul possui uma área de 163 mil hectares distribuídos em duas grandes bacias hidrográficas: do rio São Francisco e do rio Doce. As nascentes e mananciais existentes na área são responsáveis pelo abastecimento de cerca de 70% da população de Belo Horizonte e de 50% da população da região metropolitana.

A unidade de conservação é de uso sustentável segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Nesse local são permitidos o desenvolvimento de atividades econômicas e a ocupação humana, desde que de forma sustentável. "Por estar localizada no Quadrilátero Ferrífero, região muito rica em minérios e com grande crescimento urbano, a área torna-se particularmente frágil", observa Luís Roberto Bendia.

Na APA Sul podem ser encontrados remanescentes significativos da vegetação nativa do Estado, como as regiões do Caraça e Gandarela, além de unidades de conservação de proteção integral como o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e as Estações Ecológicas do Cercadinho e de Fechos. A área está inserida ainda na Serra do Espinhaço, declarada Reserva Mundial da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Participação

Na solenidade de posse, realizada no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, os conselheiros assistiram à palestra da professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eleonora Schettini Cunha, que desenvolve estudos sobre a ação dos Conselhos no Projeto Democracia Participativa. "Um dos grandes desafios do Conselho é ampliar a participação da sociedade criando estratégias de mobilização", afirmou a professora.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, observou que a gestão da APA exige um grande esforço que só terá efeito se houver, efetivamente, participação de todos os envolvidos num "exemplo de voluntariado ambiental". Ele afirmou que o governo, além do trabalho administrativo e técnico, precisa criar as condições para a gestão participativa, como é o caso da formação dos conselhos consultivos. "O desenvolvimento sustentável só é possível quando a sociedade exerce plenamente sua cidadania e as empresas, suas responsabilidades social e ambiental", ressaltou.

 

31/03/2008
Fonte: Ascom / Sisema

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